Mil Metalúrgicos demitidos na região norte do estado em 2015

Mil Metalúrgicos foram demitidos na região norte do estado em 2015

Lutar contra o desemprego crescente e defender os direitos da classe trabalhadora. Esses têm sido os ideais do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Campos, São João da Barra e Quissamã, João Paulo da Costa Cunha, que participou do programa ‘Debate Diário’ na TV e Rádio Diário. Segundo ele, do início do ano até hoje, já são quase mil demissões. “A categoria dos trabalhadores metalúrgicos, em especial no Estado do Rio de Janeiro – que é pioneira na indústria metal mecânica, na construção naval, na metalurgia – está vivendo um momento muito difícil. O número é superior a mil demissões se considerarmos as rescisões que não passam pelo sindicato, pelo fato de o trabalhador ter menos de um ano na empresa”, disse o presidente, destacando que quatro grandes empresas na região fecharam as portas sem ter condições de pagar as verbas rescisórias.

Durante a entrevista, Cunha avaliou o cenário econômico do país que, segundo ele, está devastando todas as categorias. No entanto, os efeitos são mais perceptíveis na região devido a Petrobras. “Toda a cadeia produtiva que gira entorno da Petrobras vem se dissolvendo. A maioria das empresas metalúrgicas da nossa região demandava serviços direta e indiretamente para a Petrobras. E em função da crise do petróleo e do “mar de lama” de corrupção na empresa, ela vem diminuindo investimentos e demitindo pessoas, além de estar transferindo investimentos para o exterior, como China e Singapura, onde a mão de obra é mais barata”, questionou.

Para ser ainda mais claro, o presidente citou a construção dos módulos da Plataforma P-67 e P-70, que seriam construídos no Porto do Açu, em São João da Barra, mas que está indo para a China. “Com isso, será menos mão de obra a ser contratada. As riquezas ao invés de ficarem na nossa região, no nosso país, estão indo para o exterior”, lamentou. A reportagem do jornal O Diário entrou em contato via e-mail e telefone com a assessoria de comunicação da Petrobras, mas a informação é de que a companhia não se pronunciará a respeito.

“Fundo” é única alternativa

João Paulo encara a antecipação de recursos dos royalties – aprovada em 17/08, na Câmara Municipal – como a única alternativa para superar crise econômica que afeta todo o país. “Acredito que essa medida vai reaquecer a economia no nosso município e naqueles que estão adotando essa medida. Entretanto, a nossa maior preocupação é com a Petrobras. Será que ela irá cumprir com o que está estabelecido na Lei de Conteúdo Local, já que há algum tempo vem descumprindo e transferido investimentos para o exterior? Se a construção desses módulos de plataforma permanecesse, seria diferente. Mas infelizmente a nossa indústria está enfraquecendo por falta de investimento”, disse.

Cunha finalizou fazendo um apelo aos vereadores e deputados estaduais, para que discutam as melhores alternativas para reduzir os impactos da crise.

Fonte: O Diário

Marcelo Peres
Assessoria de Comunicação
Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos
do Estado do Rio de Janeiro

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